sábado, 28 de fevereiro de 2015

No dia mundial das doenças raras escolhemos a EB para falar um pouco mais sobre a patologia.
EPIDERMÓLISE BOLHOSA

A pele humana é formada por duas camadas: a epiderme, camada externa, que representa um fator de proteção do corpo, e a derme, camada interna composta por vários tipos de tecidos que cumprem diferentes funções. Defeitos nas estruturas que unem essas duas camadas, ou na adesão entre as células da epiderme, podem acarretar lesões provocadas por um toque leve ou alterações climáticas.

Epidermólise bolhosa é o nome que se dá a um grupo de doenças não contagiosas de pele, de caráter genético e hereditário. A principal característica da forma congênita é o aparecimento de bolhas, especialmente nas áreas de maior atrito, e nas mucosas. Lesões profundas podem produzir cicatrizes semelhantes às das queimaduras.

Nos portadores da doença, as bolhas podem estar presentes em certas áreas do corpo desde o nascimento, ou podem aparecer logo depois em regiões que sofreram pressão ou trauma, ainda que leve. Há casos de crianças que nascem sem pele em algumas partes do corpo, o que favorece o risco de infecções e sepse.

Classificação e Sintomas

De acordo com a gravidade do quadro, a epidermólise bolhosa congênita pode ser classificada do seguinte modo:

1) simples – é a forma menos grave; sua principal característica é a formação de bolhas, que cicatrizam sem deixar marcas. As áreas mais vulneráveis são mãos, pés, joelhos e cotovelos, por causa da maior exposição aos traumas e atritos;

2) distrófica – há formação de bolhas em quase todo o corpo, inclusive na boca e no esôfago. As lesões do tubo digestivo, quando cicatrizam, podem provocar fibrose que dificulta a passagem dos alimentos. A repetição dos episódios no mesmo local pode resultar na perda das unhas e na distrofia dos pés e mãos;

3) juncional – as bolhas se espalham pelo corpo todo, inclusive na mucosa da boca, no esôfago e nos intestinos, o que aumenta a dificuldade para engolir e compromete a absorção dos alimentos. Nos pacientes desnutridos, os problemas de cicatrização se agravam e o prognóstico pode não ser favorável.

Diagnóstico

O diagnóstico da epidermólise bolhosa leva em conta os sintomas, especialmente a localização e a aparência das bolhas, assim como o histórico clínico do paciente e de sua família. Exames, como microscopia eletrônica e biopsia, são de grande ajuda para o diagnóstico diferencial.

Tratamento

Ainda não se conhece a cura para a epidermólise bolhosa. O tratamento deve ser multidisciplinar e voltar-se para o alívio da dor e para evitar o agravamento das lesões e a desnutrição. A cirurgia pode ser um recurso necessário quando as cicatrizes provocaram o estreitamento do esôfago, a ponto de impedir a alimentação adequada do paciente ou quando houve degeneração dos pés e mãos.

Recomendações

* A doença não impede que a criança leve vida praticamente normal e frequente escolas comuns da rede de ensino;

* Portadores de epidermólise bolhosa precisam saber quais são as características da doença e como devem portar-se para evitar ferimentos;

* Pacientes devem carregar consigo uma declaração médica de que a enfermidade é genética e não oferece o menor risco de contágio. Tal precaução pode evitar constrangimentos;

* A proposta da APPEB – Associação de Parentes, Amigos e Portadores de Epidermólise Bolhosa Congênita – é investir na qualidade de vida dos pacientes e na formação de especialistas na doença. Entre em contato com eles, se precisar de ajuda.
O Dia Mundial das Doenças Raras celebra-se anualmente a 28 de fevereiro. A data é comemorada em mais de 60 países do mundo e visa alertar a população para este tipo de doenças e para as dificuldades que os doentes que padecem de doenças raras enfrentam diariamente.

As doenças raras são doenças crónicas, graves e degenerativas que colocam em risco a vida dos doentes. Na União Europeia, consideram-se doenças raras as que têm uma prevalência inferior a cinco em 10 000 pessoas.

Existem entre 6000 a 8000 doenças raras, a maioria de origem genética. Estima-se que as doenças raras afetam perto de 40 milhões de pessoas na Europa, especialmente crianças.

Todas as semanas são descobertas novas doenças raras. A deteção de doenças raras é um processo demorado e minucioso, pois as manifestações e sintomas das doenças podem ser lentos e demorar anos.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Síndrome de Fournier



A síndrome de Fournier é uma doença rara, provocada por um infecção bacteriana, que afeta a região genital e provoca a morte das células, levando ao surgimento de sintomas semelhantes aos da gangrena, como pele escurecida, cheiro fétido e inchaço da região.

Geralmente, a síndrome de Fournier é mais comum em homens, em crianças ou idosos em estado debilitado, mas também pode afetar mulheres de qualquer idade.

A síndrome de Fournier tem cura e não é contagiosa, porém o tratamento deve ser feito adequadamente e de acordo com orientação do ginecologista.

Tratamento para síndrome de Fournier

O tratamento para síndrome de Fournier pode ser feito com o uso de antibióticos, mas normalmente, inclui o uso de cirurgia para retirada do tecido morto.

Os cuidados de enfermagem na síndrome de Fournier são fundamentais no tratamento, pois é necessário fazer curativos diários com propriedades antibióticas.

Por se tratar de uma doença mutiladora, alguns pacientes podem necessitar de tratamento psicológico para suporte e esclarecimento de dúvidas que possam surgir.

Causas da síndrome de Fournier

As causas da síndrome de Fournier ainda não são conhecidas, mas a doença está relaciona com o desenvolvimento de bactérias E. Coli e outros microorganismos, que surgem devido:

Falta de higiene;Pregas na pele, que acumulam bactérias;Diabetes mellitus;Obesidade mórbida;Baixa vascularização e trombose nos vasos sanguíneos da região;Pancadas com formação de hematomas;Pequenas infecções.

Outros fatores de risco incluem doenças malignas, cirrose, alcoolismo e uso abusivo de drogas. Além disso, a utilização excessiva de antibióticos contribui para o aumento de casos da doença, que era muito rara.